oi… tem alguém aí?
eu vou fazer uma afirmação polêmica nesta carta. espero que você que me lê entenda ou, se não entender, que, pelo menos, respeite minha opinião e não passe a gostar menos de mim por isso. posso contar com sua compreensão?
tá, vamos lá: eu não gosto tanto assim de praia. eu sempre soube disso, não é uma surpresa pra mim essa constatação. mas eu tô há 36 anos tentando ser a pessoa que ama praia, como 94% da população brasileira*. durante a infância, adolescência e início da juventude, eu sempre fui viajar com as amigas para cidades do litoral (norte e sul) paulista, ficava estatelada na canga torrando no sol, dava um ou outro mergulho no mar, tomava sorvete, água de côco, uma raspadinha cheia de corante vermelho.
sempre tentei relativizar a areia entrando na bunda, em toda dobrinha da pepeka, se enroscando em cada fio de cabelo. fingia que era ótimo tomar caldo no mar, a parte de cima do biquíni indo para um lado e a parte debaixo para outro. “engolir um pouco de água salgada faz parte”, eu tentava me convencer. além da praia em si, se a cidade for um destino de muita gente, é preciso lidar com falta de água, fila para comprar pão, areia lotada de barraca e guarda-sol. se for um destino mais deserto, só rola chegar por aquela trilha “irada” de 3 horas de dor e sofrimento ou 1 hora enjoando num pequeno barco.
quando fui ficando mais velha, acabei indo menos para a praia, pude ir escolhendo melhor as viagens e optando por sítios e chácaras, mato, terra. ou cidades com prédios, carros, museus, cafés/restaurantes/bares. eu gosto de viajar, conhecer outros lugares, mas eu gosto tanto de conforto, de comer bem, de permanecer sem areia no corpo… é pedir muito?
esse fim de semana eu fui para uma praia (bem gostosa, por sinal). porque mesmo tendo exposto tudo isso acima, eu vou continuar indo à praia. e postando no instagram fotos do horizonte mar-areia (que é belíssimo, eu sei), de mim mesma com aquela luz natural boa do sol do verão. mas também vou continuar reclamando do trabalho que é ir para a praia: carregar cadeira, canga, sacola com um livro, uma fruta pra criança, protetor solar; voltar pra casa e encher o sofá, a pia e a cozinha de areia.
como diria a cantora Marina Sena: “ah que delícia o verão…”
até a próxima,
Carol
*eu tirei esse percentual absolutamente da minha cabeça, óbvio, de modo que não tem porque você acreditar nele, podendo inventar seu próprio número para este dado.
Me identifiquei entre os 6%, mas entendo o sentimento, no meu caso moro em um estado conhecido pelas praias mais bonitas, então a expressar minha opinião de que não gosto muito de praias, as pessoas me olham como se eu fosse um ser de outro mundo KKKKKKKK
hahaha acho que se não teve, vale a experiência nas praias do nordeste. Continua tendo areia, mas tem toda uma estrutura, tanto na hospedagem quanto na areia, que ajuda e muitas não têm o processo para chegar. :) não vou julgar, mas to nos 94%