oi… tem alguém aí?
eu sou uma entusiasta das listas de favoritos do ano. acho uma delícia conhecer o que as pessoas andaram amando ao longo dos doze meses. e acho um baita desafio fazer isso pra mim: o que mais gostei de ler, ver, ouvir, comer, fazer?
sinto uma dificuldade imensa, por exemplo, de fazer uma lista dos meus livros favoritos da vida. certamente tantos ficariam de fora, mas que também foram leituras importantes, prazerosas, interessantes… mas, acho que quando a gente coloca bordas - janeiro de um lado, dezembro de outro - pode ficar um pouco mais fácil.
por isso, no primeiro texto de 2024 (que era para ter saído ainda em dezembro, mas não dei conta), resolvi trazer alguns dos meus favoritos de 2023. espero que gostem das dicas e me contem o que andaram gostando por aí.
LIVROS
eu li um trinta livros este ano. olhando para todos os títulos escritos no meu caderno, considero que o balanço foi bom. tirando um ou outro que me decepcionaram, algum que foi ok, mas esquecível, a maioria rendeu boas experiências de leitura. alguns estão ecoando em mim ainda, por isso vou destacar aqui, mas, como em toda lista, vou cometer a injustiça de deixar muitos bons livros pelo caminho. c’est la vie.
Não fossem as sílabas do sábado, da Mariana Salomão Carrara (Editora Todavia)
foi um dos primeiros que li em 2023 e, de cara, já amei. eu já li todos os livros da Mariana - ela é uma das grandes autora brasileiras contemporâneas sim - e esse daqui, de todos, talvez seja o mais bonito. fala de amizade entre duas mulheres unidas por um luto meio incomum. uma delas tem uma filha chamada Catarina (como eu) e há vários trechos tão bem escritos que você quer reler e marcar e voltar pra ler depois de um tempo. se você não acredita em mim, pois saiba que esse livro venceu o Prêmio São Paulo de Literatura 2023.
Garota, mulher, outras, da Bernardine Evaristo (Editora Companhia das Letras)
é formado por capítulos que entrelaçam diversas histórias de mulheres em suas diversidades , crises, paixões e lutas. fala sobre identidade, raça, gênero e sexualidade. mas também fala de amor, de afetos, amizades. um livro daqueles que você não consegue parar de ler. mas sugiro ir anotando as relações entre as personagens ao longo da leitura, para não se perder.
Caderno proibido, da Alba de Céspedes (Editora Companhia das Letras)
um romance em formato de diário. o diário proibido de um dona de casa, funcionária de um escritório, mãe e esposa italiana da década de 1950. uma mulher entediada com a vida que leva e que encontra em um caderno - e em suas escapadas relatadas - a aventura que precisa para continuar vivendo. a autora é citada como uma das influências de Elena Ferrante. pouca coisa não, é, né?
SÉRIES
infelizmente, não conseguirei não ser clichê: este ano foi da última temporada de Succession e da segunda de The Bear. elas me prenderam, me emocionaram, me fizeram gritar: DÁ O EMMY PRA ELES LOGO!
mas também vi ótimas séries brasileiras em 2023, que não poderiam ficar de fora. gostei bastante da experiência de assistir Sintonia e Os outros, apesar de eu ter muitas questões em relação à roteiro e atuação. achei incrível a produção e as atuações de DNA do Crime e a história é bem envolvente - além de contar com a deusa Maeve Jinkings. mas a série nacional que ganhou meu coração foi A vida pela frente. eu já amo ver série adolescente, aí vem essa ambientada no Brasil do final dos anos 90, começo dos anos 2000, justinho quando eu tava lá tentando me entender com meus 16 anos, não tem como não amar. tem atuações boas demais, gente bonita e interessante e toca em assuntos como saúde mental, suicídio e descobertas da adolescência com muita sensibilidade e beleza. dizem que a Leandra Leal tava há anos querendo fazer essa série. ainda bem que conseguiu tirar o projeto da gaveta.
FILMES
já faz algum tempo que eu assisto mais séries do que filmes. não sei o motivo. talvez porque eu goste de ficar me arrastando pelos episódios, sem me desprender dos personagens. talvez porque o mercado multizilionário de produções audiovisuais realmente esteja olhando bastante para as séries e fazendo coisas bem atraentes. sendo o que for, em 2023 assisti foi raro eu parar para assistir algum filme. Barbie eu só vi nos últimos dias, já em streaming, e achei legalzinho. Oppenheimer eu vou deixar passar e Assassinos da Lua das Flores vai ficar para 2024.
de toda forma, vou destacar dois filmes que não são deste ano e que eu já tinha visto antes, mas resolvemos rever aqui em casa já em dezembro: Parasita e Bacurau. dois filmes que fazem afiadas críticas sociais flertando com o nonsense de um jeito bacanudo e fora do eixo EUA-Europa. vale assistir e reassistir algumas vezes.
DOCUMENTÁRIO
desculpa Xuxa, mas 2023 foi o ano dos bicheiros. a série documental Vale o escrito - A guerra do jogo do bicho me deixou monotemática: eu passava 80% do tempo falando sobre os líderes e famílias do jogo do bicho no RJ e o resto do tempo eu torcia para alguém falar comigo sobre isso. se um roteirista escrevesse essa história, seria bastante criticado por ser rocambolesco demais. mas a realidade brasileira, mais uma vez, supera a ficção.
também vale uma boa menção a Retratos Fantasmas, do Kleber Mendonça Filho. depois de reassistir Bacurau, fui ver o documentário. além de ser uma declaração de amor ao cinema e ao Recife (como a maioria dos filmes dele), me parece que o diretor subverte um tanto a ideia de documentário e ainda nos faz ter vontade de rever os outros filmes dele. espertinho ele.
SHOW
fui ao show do Gilberto Gil com a família dele e foi completamente maravilhoso. eu não tenho mais nada a dizer. se tiver a oportunidade de ir, vá. Gil está preparando sua passagem (que eu acho e desejo que vá demorar muito ainda), apresentando sua família para nós. se conseguir uma promoção do livro Todas as letras, também recomendo - um belo presente para os apaixonados pelos Gil.
CATARINA
minha filha, aos 4 anos, está apaixonada pela Amazônia. aprendeu na escola, ao longo do ano, muitas coisas sobre a região, como a lenda do boto cor-de-rosa, o tacacá, o camu-camu, o pirarucu, o encontro dos rios… tudo por conta do livro Chapeuzinho vermelho e o boto cor-de-rosa.
aí lemos juntas (umas 6 vezes) Diário de Pilar na Amazônia e entramos no mundo desta coleção, composta por 7 livros. por enquanto, lemos o da Amazônia, da Grécia, do Egito (nosso menos preferido) e Machu Picchu. são livros bacanas para ler antes de dormir, um pouco por dia.
além disso, Cat não assistiu mais nada ao longo do ano todo além de Detetives do prédio azul. é realmente um vício. ainda bem que tem 18 temporadas - e ela já deve ter visto umas 3 vezes cada uma. curiosidade: essa série é da mesma autora do Diário de Pilar, a Flávia Lins e Silva. ô mulher que sabe escrever para crianças! quando eu crescer quero ser igual ela.
que tenhamos um 2024 leve, divertido e generoso!
até a próxima,
Carol
Adorei! E a dica anotada aqui foi a série A vida pela frente e a parte da Catarina =)
Adorei tudo! Especialmente a parte da Catarina 🖤