oi… tem alguém aí?
qual é o seu livro favorito? e filme? e música?
eu, definitivamente, não tenho condições de responder a nenhuma dessas perguntas. eu mal consigo listar os livros que eu mais gostei de ter lido em um ano. amo ver esse tipo de lista quando outras pessoas fazem, e quando eu tinha um canal no YouTube para falar de livros, sempre acabava fazendo esse tipo de vídeo. mas sempre me dói pensar que deixei algum livro de fora, ou que depois de um tempo, talvez, eu mude de ideia e aquele livro nem era tudo isso e outro que ficou de fora, ah, esse sim! esse era incrível. mas, agora, tudo está perdido, porque ele não entrou na minha lista de melhores do ano.
a questão é: qual critério usamos para esse tipo de lista? não me parece que funciona falar somente sobre qual é o livro mais bem escrito, com a melhor construção de personagens, uma narrativa impecável. leitoras e leitores sabem muito bem que não passa apenas pela técnica e talento nosso amor por um livro.
eu gosto da retrospectiva do Spotify justamente porque ela entrega informações que apenas algoritmos e inteligência artificial e qualquer outro tipo de tecnologia assim pode nos dar. sem isso tudo, como eu saberia quantas vezes ouvi uma mesma música? qual foi o podcast que eu mais dei play? (caso tenha curiosidade, o álbum que eu ouvi sem parar em 2022 e o aplicativo jogou na minha cara de forma vergonhosa foi Roteiro pra Aïnouz, Vol. 2 do Don L).
talvez fosse interessante inventarem uma forma de identificar em nosso cérebro quantas vezes determinado livro aparece em nossa memória, mesmo após a leitura ter terminado. ou quantas e quais sensações conseguiu nos causar. ou, ainda, contabilizar quantas vezes e de que forma mencionamos aquele livro em conversas, posts, terapia e diários. quantas vezes voltamos em um determinado livro para reler um trecho ou retomar uma ideia, uma reflexão.
como este método eficiente (porém invasivo) ainda não foi inventado, resgato aqui no meu cérebro, de forma rudimentar e utilizando suas próprias ferramentas da memória, quais foram estes livros que mais apareceram e reapareceram em meus dias dentro das leituras que fiz em 2022. aqui, deixo apenas uma lista simples, sem ordem ou ranking - apenas como forma de retrospectiva e registro. mas, ao longo das próximas semanas tenho vontade de escrever um pouco mais eles ou, pelo menos, sobre algo que tenha me marcado em cada um.
aqui está a lista, sem critérios evidentes, mas que giram em torno do que escrevi acima:
Sobre os ossos dos mortos (Olga Tokarczuk)
Como escrever bem (William Zinsser)
tudo que leva consigo um nome (Francisco Mallmann)
Talvez você deva conversar com alguém (Lori Gottlieb)
Sociedade do cansaço (Byung-Chul Han)
Hábitos atômicos (James Clear)
Banzeiro òkòtó - uma viagem à Amazônia centro do mundo (Eliane Brum)
acho que não é preciso ter a ajuda de um aplicativo ou inteligência artificial para perceber que eu, enquanto leitora, consigo ser até bem eclética.
até a próxima,
Carol
Me identifiquei muito com esta sua dificuldade em classicar melhor ou pior, a leitura acompanha quem a gente é hoje e todos os dias há mudança... Que 2023 nos surpreenda, nas leituras, e na vida!
Adorei Talvez você deva conversar com alguém.. me sentia na metaanalise da minha análise e sabendo da fofoca das análises alheias kkkkk Banzeiro é mais que necessário mas tive muita dificuldade, li bem devagar..